domingo, 30 de outubro de 2011

RESENHA DO CONTO " PAI CONTRA MÃE" MACHADO DE ASSIS

Assis, Machado. Os melhores contos de Machado de Assis, Sel. Domício Proença Filho. São Paulo Global, 1984.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839 na cidade do Rio de Janeiro. Sua obra divide-se em duas fases, uma Romântica e outra Parnasianismo, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. Foi cronista, contador de histórias, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, critico e ensaísta. Dizem os críticos que Machado era urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como independência do Brasil e a abolição da escravatura. Suas histórias tem ambiente no Rio de Janeiro, como se não houvesse outro lugar. Muitas são suas obras destacamos algumas: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Dom Casmurro (1899), Helena (1876, Ressureição (1872), morreu em 1908.
Pai contra mãe é um conto que se desenrola na época da escravidão e conta a história de um casal que vivia com a tia. O casal queria ter um filho que era seu sonho embora não tivesse condições financeiras, por não possuir casa própria e o pai sem emprego fixo, vivia de biscates e morava de favores. A tia cobrava muito do chefe de família e o casal na ingenuidade da vida, achava que conseguiria superar todas as dificuldades. O casal não abrindo mão do filho enfrentou várias dificuldades, culminando com a decisão de doar a criança.
O autor do conto Pai Contra Mãe no início do texto busca nos contar como viviam e de que maneira eram castigados os escravos fujões. E como eram frequentes as fugas pelo descontentamentos dos negros com a escravidão. Quem perdia um escravo geralmente oferecia algum dinheiro para quem capturasse e devolvesse. Pegar escravos era uma profissão nesse tempo , embora poucos se dessem a esse ofício, sendo mais por pobreza, falta de estudo ou por não se adaptar a outros afazeres.
Cândido Neves é a pessoa a quem se liga a história de fugas de escravos. Esse homem tinha o defeito de não aguentar qualquer emprego, tentou aprender vários ofícios, mas a nenhum conseguiu se fixar, sendo que em alguns que era preciso atender e servir as pessoas feria-o no orgulho, e por isso não dava um maior proceguimento.
Quando se apaixonou tentou adotar o ofício do primo, pois pensava em casamento. Como tinha que aprender depressa aprendeu mal, mesmo não sendo difíceis os afazeres. Embora não fosse negada a gentileza e o amor que o noivo tinha com a moça, não era considerado um bom partido, era muito dado a festas. Amoça morava com a tia que também gostava de festas, e não lhes fez qualquer advertência ou ameaça quanto a filhos. Quanto a isso a alegria era comum aos três.
A moça que trabalhava com a tia cozendo, com a notícia de criança passou a trabalhar com mais vontade, pois precisava fazer o enxoval do filho.
Cândido Neves perdera o trabalho por não se adaptar, assim como abrira mão de outros afazeres melhores e piores e decidiu que iria somente pegar escravos fugitivos, pois tal ofício não o obrigava a ficar várias horas sentado. Só exigia um pedaço de corda, força e coragem. Com o tempo surgiram vários concorrentes e o lucro escasseou, eram muitos os desempregados que aderiram ao trabalho. Com o surgimento desse quadro, as dívidas de Cândido Neves cresceram e a vida que já era difícil se tornou quase insuportável.
Com todas as dificuldades a tia aconselhou o casal a rejeitar a criança, Cândido ficou nervoso não aceitando e reagindo com certa violência ao conselho da tia. A situação piorou quando foram postos para fora da casa onde moravam por falta de pagamentos, indo morar de favores e para piorar dois dias depois nasceu a criança. Junto com a alegria veio a tristaza pois teriam que doar o filho. Como chovia na noite da doação o pai propôs levar a criança na noite seguinte.
Cândido Neves revendo seus apontamentos de escravos fujões descobriu o de uma mulata que era oferecido cem mil réis pela captura. Quando saiu para cumprir o prometido de levar o menino para doação não esperava que tudo tomasse outro rumo. Ao final de uma rua avistou o vulto de uma mulher e não teve dúvidas, era a negra fujona que lhe renderia cem mil réis. Deixando seu filho aos cuidados do farmacêutico foi ao encalço da mulher. Após aprisionar a negra e ouvindo desta muitas queixas e até que estaria gravida Cândido Neves não se compadeceu, pois pensava no dinheiro que salvaria seu filho. Como a escrava lutou muito e fazendo força acabou por abortar, mas Cândido não quis conhecer as consequências do desastre.
Com o dinheiro voltou à farmácia pegou seu filho e correu para casa, lá chegando contou o ocorrido sendo perdoado pela tia, pois trazia junto com o menino os cem mil réis.
O conto Pai Contra Mãe faz parte do cotidiano de muitas localidades e famílias brasileiras até nos dias atuais. Traz uma linguagem acessível e pode-se dizer que até simples. O autor fala de amor, de ofícios, dificuldades e até descaso com o ser humano, coisas presentes no dia a dia do povo brasileiro. Podemos ver a dedicação do protagonista em relação ao seu filho, embora não dê importância ao filho da escrava. Podemos relacionar com a ética (moral) e até em imposição de ordem social.
Um texto muito gostoso de ser lido e dirigido a todos os públicos.


Antonio Carlos da Silva Ávila                                                        

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O HOMEM NOVO, A MULHER NOVA E A EDUCAÇÃO

Uma das qualidades mais importantes do homem novo e da mulher nova é a certeza que têm de que não podem parar de caminhar e a certeza de que cedo o novo fica velho se não se renovar. A educação das crianças, dos jovens e dos adultos tem uma importância muito grande na formação do homem novo e da mulher nova. Ela tem de ser uma educação nova também, que estamos procurando pôr em prática de acordo com as nossas possibilidades. Uma educação completamente diferente da educação colonial. Uma educação pelo trabalho, que estimule a colaboração e não a competição. Uma educação que dê valor à ajuda mútua e não ao individualismo, que desenvolva o espírito crítico e a criatividade, e não a passividade. Uma educação que se fundamente na unidade entre a prática e a teoria, entre o trabalho manual e o trabalho intelectual e que, por isso, incentive os educandos a pensar certo.
Uma educação que não favoreça a mentira, as idéias falsas, a indisciplina. Uma educação política, tão política quanto qualquer outra educação, mas que não tenta passar por neutra. Ao proclamar que não é neutra, que a neutralidade é impossível, afirma que a sua política é a dos interesses do nosso Povo.

Paulo Freire

terça-feira, 28 de junho de 2011

SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

PPRA -(NR-9)  Esta norma regulamentadora estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhador como empregado, do programa de prevenção de riscos ambientais, visando a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sobre responsabilidade do empregador com a participação dos trabalhadores.
Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Segurança do Trabalho

Em 27 de julho de 1972 o ministro Júlio Barata, publicou as portarias 3236 e 3237 que regulamentavam a formação técnica em Segurança e Medicina do Trabalho e atualizava o artigo 164 da CLT. Assim a data foi escolhida para ser o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho. Segundo a Organização Nacional do Trabalho(OIT), os acidentes de trabalho são a causa da morte de mais de dois milhões de trabalhadores no mundo por ano.

LEMBRETE: Em Segurança do Trabalho não existem heróis, a preservação da saúde e da vida são os
bens MAIORES.

Antonio Carlos da Silva Avila

sábado, 28 de maio de 2011

para colegas Proeja

Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca,cabra,ovelha ou galinha,ou qualquer outro animal que
esteja acostumado ao viver do homem. E não comem senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam.
E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos.

Pero Vaz de Cminha-1500